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Motorista de Porsche é considerado foragido; defesa diz que vai se entregar

Do UOL, em São Paulo

04/05/2024 14h51Atualizada em 05/05/2024 00h13

O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, é considerado foragido da Justiça após a Polícia Civil ter ido até a casa dele na tarde deste sábado (4) para cumprir o mandado de prisão expedido pelo judiciário e não o encontrar no local. Ele era o motorista do Porsche que se envolveu numa colisão e matou um homem e deixou outro gravemente ferido em São Paulo.

O que aconteceu

Com o mandado em mãos, uma equipe do 30º Distrito Policial (Tatuapé) foi ao endereço do empresário na Vila Regente Feijó, na zona leste, para cumprir a decisão da Justiça, mas ele não foi encontrado. Com isso, o condutor do carro de luxo passou a ser considerado foragido.

As diligências prosseguem visando a localização e captura de Fernando. A informação é da SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo ao UOL.

Ao UOL, Jonas Marzagão, que representa Fernando, disse que ele deve se entregar na segunda-feira (6). O advogado explicou que a defesa deve conversar com o juiz responsável pelo inquérito na segunda para garantir a integridade física do empresário quando ele se entregar às autoridades. Marzagão afirmou à reportagem que deve sugerir que o condutor seja encaminhado ao presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, por questão de segurança após repercussão do caso.

Mandado de prisão foi expedido nesta tarde. "O juiz de Direito da 1ª Vara do Júri do Foro Central Criminal, doutor Roberto Zanichelli, Cintra, na forma da lei, manda qualquer autoridade policial e seus agentes, a quem este for apresentado, que prenda e recolha a qualquer unidade de estabelecimento prisional deste estado (...) Fernando de Andrade Sastre Filho", diz trecho do documento obtido pelo UOL.

Prisão preventiva foi decretada na noite de sexta-feira (3) por desembargador. João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal, viu risco de reiteração de condutas. "A ligação com atos semelhantes, mesmo instado por pessoas a não dirigir, por seu estado (indicado ainda pelo frentista, que viu o réu sair cambaleando), fazem crer na possibilidade de reiteração em descumprimento de normas", disse na decisão.

Defesa informou na sexta-feira (3) que vai recorrer, mas que cumprirá a decisão judicial. Os representantes legais do empresário divulgaram uma nota afirmando que as medidas anteriormente impostas — como suspensão da CNH e proibição de contato com testemunhas — eram suficientes e que a prisão preventiva é "desproporcional".

Fernando é réu sob a acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado e lesão corporal gravíssima. A denúncia foi feita pela promotora Monique Ratton, do Ministério Público de São Paulo. O motorista de aplicativo Ornaldo Viana, 54, morreu após a colisão e Marcos Vinicius Rocha, 22, amigo do motorista do Porsche, ficou gravemente ferido.

A Justiça já havia negado três pedidos de prisão contra o empresário, mas o Ministério Público recorreu. Na decisão desta sexta-feira (3), o desembargador citou relatos de testemunhas de que o motorista do Porsche estava alcoolizado e "não conseguia nem sequer parar em pé".

A decisão também menciona o fato de que ele transitava em velocidade acima de 156 km/h no momento da colisão — a velocidade permitida na via onde houve a batida é de 50 km/h. Além disso, Andrade Filho tinha em seu histórico multas por excesso de velocidade e até um racha na avenida Paulista.

Mudança de depoimento de uma das testemunhas também pesou contra o empresário. Na denúncia, para justificar o pedido de prisão, o Ministério Público havia relatado que o empresário pressionou a namorada a negar que ele estivesse embriagado quando guiava o Porsche. Outras testemunhas, porém, apontaram que ele ingeriu álcool em dois estabelecimentos antes de dirigir.

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